Por trás da cara fofa – e amassada – de cães como o Buldogue, pode se esconder a Síndrome Braquicefálica.
Por Dra. Lívia Oliveira Ribeiro
A síndrome braquicefálica ocorre por conta das alterações anatômicas das vias aéreas superiores. Buldogue inglês e francês, Shih Tzu, Boston Terrier e Pug… é difícil trombar com um cãozinho desses sem ter vontade de apertar. O focinho achatado, característico, pode até ser um charme, mas a realidade é que ele torna o pet vulnerável a uma série de problemas de saúde. Por conta das alterações anatômicas das vias aéreas superiores como citado acima, os cães braquicefálicos, no entanto têm propensão a ter narinas obstruídas, prolongamento do palato mole, colapso da traqueia, hipertensão pulmonar e, no pior dos casos, insuficiência cardíaca – ou o chamado lado direito sobrecarregado.
Antes de mais nada, a síndrome braquicefálica, que pode ser diagnosticada pelo veterinário através dos exames radiológico, eletrocardiograma e Eco Doppler, vale ressaltar que é crônica e não tem cura, o que faz com que o animal necessite de acompanhamento pelo resto da vida. “As avaliações cardíacas nesses casos têm que ser regulares, de seis em seis meses, no mínimo”, alerta a veterinária Dra. Lívia Oliveira Ribeiro, Médica Veterinária especializada em cardiologia e fundadora da C&V Cardiologia Veterinária e Diagnóstico por Imagem. O mais importante, segundo ela, é manter o peso do pet em dia. “O animal com sobrepeso acumula muita gordura na região do pescoço e do tórax, mas já o mais magro respira melhor.”
Diagnosticada ou não a cardiopatia, além de cortar os quilinhos a mais, é necessário prover a essas raças uma alimentação saudável e atividades físicas regulares – podem ser caminhadas de 15 minutos até uma hora. Cada cão tem o seu limite, basta respeitá-lo. “Às vezes o tutor fica insistindo, quando o animal mostra resistência ao passeio ou dá sinais de cansaço”, explica a Dra. Lívia. Durante a atividade, é preciso ficar atento a alguns sintomas de que algo possa não estar indo bem. Entre eles, o padrão respiratório ofegante e a língua arroxeada. Se o pet começar a passar mal, a orientação é levar correndo ao veterinário.
Lembrando que, dada a predisposição dessas raças à problemas cardíacos, é aconselhável que seja realizada uma avaliação cardíaca rotineiramente, especialmente após os 4 anos de idade.